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Morales pede a militares que façam pão e levem passageiros

La Paz - O presidente Evo Morales pediu nesta quinta-feira (30/12) aos militares que ajudem a paliar os efeitos da greve na Bolívia fazendo diversos serviços, de padeiro, motorista e até piloto de aviação comercial.

O ministro da Defesa, Rubén Saavedra, anunciou que homens das Forças Armadas farão e venderão pães ao "preço antigo" a partir da tarde desta quinta-feira, após o sindicato dos padeiros anunciar uma paralisação de 24 horas contra a alta de 83% no preço da gasolina.

Morales lembrou em entrevista coletiva que já foi padeiro quando jovem e disse que a alta nos preços do pão não tem justificativa porque as tarifas do gás e da eletricidade estão congeladas.

Os padeiros planejam elevar o preço do pão em até 100%, alegando alta no custo da produção.

Além de fazer o pão, os militares bolivianos também guiarão ônibus e caminhões para atenuar o aumento unilateral de 100% nos preços das passagens de taxis e micro-ônibus que ignoram a greve nos transportes.

A Força Aérea Boliviana está realizando voos comerciais na rota La Paz-Cochabamba-Santa Cruz ao preço simbólico de 150 bolivianos (20 dólares).

As principais cidades da Bolívia estavam paralisadas hoje por uma greve dos transportes coletivos e por protestos contra a alta de 83% no preço da gasolina e de 73% no valor do diesel.

El Alto, a cidade-dormitório vizinha a La Paz e principal feudo eleitoral de Evo Morales, os protestos mobilizavam milhares de pessoas, com barricadas de pneus em chamas e ataques a prédios de organizações relacionadas ao presidente.

Em La Paz, onde o Palácio presidencial é protegido por militares, quase não há transporte público e a população forma filas enormes em busca de alimentos.

Na cidade de Cochabamba, a 400 km de La Paz, os grevistas do transporte de carga cruzaram veículos pesados nas ruas, impedindo o tráfego.

Santa Cruz de la Sierra, motor do desenvolvimento boliviano, também era muito afetada pela paralisação dos transportes.