Buenos Aires - O juiz argentino Eduardo García Jurado revelou nesta quarta-feira (29/12) que há elementos para considerar assassinato a morte do ex-soldado uruguaio Julio Ruperto Ramírez, que se dispôs a depor em processos por violações aos direitos humanos, e cujo corpo apareceu flutuando no rio Uruguai.
"Os responsáveis pela autópsia me adiantaram informalmente que existem elementos demonstrando que a morte não foi causada por afogamento, mas o trabalho dos peritos está sendo dificultado pelo tempo em que o corpo permaneceu na água. De qualquer forma, foram constatados supostos ferimentos causados por arma branca que ainda devem ser examinados minuciosamente", disse à AFP o magistrado.
O juiz de instrução de Gualeguaychú (230 km a nordeste) está investigando as circunstâncias da morte de Julio Ruperto Ramírez, de 60 anos, encontrado flutuando no rio, no dia 21 de dezembro, na jurisdição da província de Entre Rios.
García Jurado precisou estar trabalhando com duas hipóteses; a primeira delas diz que o homem, que residia e trabalhava há três anos na Argentina, caiu ao rio acidentalmente de um barco; e, a outra, que se tratou de um homicídio.
O magistrado conta com o depoimento do único acompanhante da vítima na barcaça, quem fez a denúncia, e de outras duas pessoas que estavam no litoral e declararam, sob juramento, terem visto quando caiu na água e desapareceu.
O jornal La República do Uruguai ligou imediatamente a morte ao fato de que Ramírez havia apresentado dados e um croqui sobre enterros de presos políticos mortos, realizados num Batalhão próximo a Montevidéu.