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Irã executa dois homens acusados de espionagem a serviço de Israel

O governo do Irã executou nesta terça-feira (28/12) dois homens considerados espiões que atuavam para o Serviço de Inteligência de Israel (Mossav) ; Ali Saremi e Ali Akbar Siyadat. Saremi foi declarado culpado das acusações de ser um Mohareb (inimigo de Deus) e divulgar propaganda contra o islamismo. De acordo com as autoridades, Siyadat assumiu participar de atividades ilegais e admitiu ter recebido US$ 60 mil pelo trabalho. As informações são da rede estatal de televisão do Irã, a Press TV.

Em 2007, Saremi foi preso acusado de envolvimento em atividades ilegais, de participação de ações contra a Revolução Islâmica e apoio ao grupo terrorista Organização Mujahedin-e Khalq. De acordo com as autoridades iranianas, Saremi enviou relatórios sobre vários assuntos internos do país. Na casa de Saremi, os policiais apreenderam CDs, filmes, fotografias e documentos.

Siyadat foi condenado à morte depois de ser julgado por participar como espião a serviço de Israel, em 2004. Segundo as autoridades iranianas, ele recebeu US$ 60 mil pelos serviços prestados. Siyadat e a mulher dele foram presos em 2008. De acordo com a Press TV, Siyadat confessou ter ligação com os estrangeiros e manter contatos com a Embaixada de Israel.

No último domingo, as execuções foram ordenadas pelo procurador-geral de Teerã, Abbas Jafari-Dolatabadi, que seguiu a orientação do Tribunal da Revolução Islâmica. A corte já havia condenado à morte um homem acusado de espionar a serviço de Israel. Segundo Jafari-Dolatabadi, há outros casos de espionagem em fase de investigação.

Porém, um dos casos mais polêmicos de execução em discussão no Irã, ainda sem decisão final, envolve a viúva Mohammadie Ashtiani, de 43 anos. Ela é acusada de infidelidade e participação na morte do marido. A viúva é mãe de dois filhos e passou a ser uma espécie de símbolo de protesto contra sentenças de morte no Irã.

O caso foi revisto uma vez, pois a primeira sentença era de morte por apedrejamento, e agora aguarda decisão judicial. O assunto provoca reações no Brasil e no mundo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou contra a sentença de Sakineh e disse que ela poderia viver no Brasil. A presidenta eleita, Dilma Rousseff, também reagiu à condenação da viúva.