MINSK - O autoritário presidente de Belarus, Alexandre Lukashenko, foi reeleito com cerca de 80% dos votos no primeiro turno das eleições de domingo passado, com uma participação de mais de 90%, anunciou a comissão eleitoral do país.
Lukashenko, que está no poder há 16 anos nesta ex-república soviética, obteve 79,65% dos votos, segundo os resultados definitivos que não diferem dos anunciados na segunda-feira passada.
Os outros nove candidatos obtiveram entre 0,39% e 2,43% dos votos.
Outros 6,47% decidiram exercer um direito previsto pela legislação eleitoral que consiste em votar "contra todos" os candidatos.
O candidato da oposição, Rygor Kastusev, denunciou fraude no processo e foram realizadas várias manifestações contra os resultados da eleição.
Quinhentas e oitenta pessoas que participaram das manifestações de protesto contra a reeleição do presidente bielorruso foram condenadas a penas que vão de 5 a 15 dias de prisão, demonstrando a vontade do regime de reprimir uma oposição por demais dividida.
Além destas penas chamadas "administrativas", os condenados se arriscam a 15 anos de prisão se provada sua participação em "distúrbios maciços contra a ordem pública", acrescentou.
Na noite de segunda-feira, o presidente Lukashenko disse que havia 639 opositores - "vândalos", segundo ele - detidos, e os ameaçou de prisão.
A eleição presidencial de domingo, ao término da qual Lukashenko, no poder há dezesseis anos, foi dado como vencedor no primeiro turno com quase 80% dos votos, foi seguida por uma manifestação de dezenas de milhares de membros da oposição. Esta foi reprimida brutalmente pela polícia após manifestantes terem atacado um prédio oficial.
Centenas de manifestantes foram detidos, assim como sete de noves candidatos à presidência.
Estados Unidos e União Europeia condenaram o uso da força contra a oposição em Belarus.