Washington - A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos criou um grupo de trabalho que avaliará as consequências da divulgação de milhares de documentos diplomáticos do Departamento de Estado por parte do site WikiLeaks, anunciaram diversas fontes nesta quarta-feira (22/12).
"O diretor (da CIA, Leon Panetta) pediu ao grupo de trabalho que investigue se as últimas revelações de documentos por parte do WikiLeaks podem afetar as relações da agência no exterior ou suas operações", explicou à AFP George Little, porta-voz do centro de inteligência, confirmando assim uma informação publicada pelo jornal Washington Post.
Apesar de poucos documentos divulgados citarem a CIA, a agência quer avaliar as possíveis consequências, sobretudo no recrutamento de futuros informantes, que poderiam temer que as indagações viessem à tona.
Por isso, o grupo de trabalho, chefiado pelo serviço de contra-espionagem da CIA, recompilará todos os documentos, a grande maioria confidencial, publicados pelo WikiLeaks nas últimas semanas, de acordo com uma fonte que pediu para ter a identidade preservada.
Segundo a fonte, o vazamento de documentos da diplomacia americana pelo WikiLeaks pode servir para que o governo americano restrinja mais a política de compartilhar informações confidenciais.
Parte dos documentos divulgados pela organização pertencem ao servidor SIPRNet (Secret Internet Protocol Router Network), uma rede que permite aos departamentos de governo dos Estados Unidos partilharem melhor as informações.
Bradley Manning, um jovem soldado americano que está detido, é suspeito de ter passado os documentos ao WikiLeaks, uma vez que tinha acesso ao servidor como analista.
Segundo o jornal Washington Post, a CIA rejeitou em 2008 aumentar a participação na rede SIPRNet, devido à pressa de não compartilhar os segredos.