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Belarus prende sete dos nove candidatos da oposição

Sete dos nove candidatos da oposição nas eleições presidencias de Belarus foram detidos na noite deste domingo, confirmaram à AFP fontes ligadas aos políticos, após a controversa reeleição do presidente Alexander Lukashenko.

Os candidatos detidos são Andrei Sanikov, Vladimir Nekliaev, Nikolai Statkevich, Rygor Kastusev, Vitali Rymachevskii, Ales Mijalevich e Dimitri Uss. Os únicos candidatos que não foram presos são Iaroslav Romanchuk e Viktor Tereshchenko.

A votação terminou com a reeleição de Alexander Lukashenko, que está há 16 anos no poder, mas a oposição denunciou grandes fraudes no processo.

Segundo a Comissão Eleitoral, Lukashenko foi reeleito no primeiro turno com 79,67% dos votos, em uma votação que teve 90,66% de participação.

Uma jornalista da AFP, Maria Antonova, também foi detida durante a madrugada pelas forças de segurança em Minsk, ao fim das manifestações da oposição. A repórter foi levada pela polícia quando retornava ao hotel após a violenta dispersão dos manifestantes que protestavam contra a reeleição de Lukashenko. Maria Antonova seguia detida na manhã desta segunda-feira.

Quase 10 mil pessoas responderam, ainda na noite de domingo, a uma convocação da oposição de protesto contra fraudes na eleição. Os manifestantes se concentraram nos arredores da praça de Outubro, em Minsk, com bandeiras vermelhas e brancas, e outras da União Europeia, enquanto gritavam lemas como "Pela Liberdade".

Após uma tentativa de invasão à sede do governo, quebrando vidraças e portas, a polícia cercou um grupo de manifestantes, pedindo para que erguessem as mãos e depois os conduziu a caminhões das forças de segurança.

A embaixada dos Estados Unidos denunciou o "uso excessivo da força" contra os manifestantes. "Os Estados Unidos condenam energicamente a violência durante as eleições em Belarus", afirma um comunicado da representação diplomática.

"Estamos particularmente preocupados com o uso excessivo da violência por parte das autoridades, especialmente contra vários candidatos nas eleições que foram agredidos e detidos, assim como contra jornalistas e membros da sociedade civil", completa a nota.