O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, deu por certo este sábado que a negociação nuclear prevista em Istambul continue no Brasil e depois em Teerã, e qualificou de "muito bom" o recente encontro de Genebra com as grandes potências, em declaração à TV estatal.
"As negociações de Genebra foram muito boas. Estudei atentamente o relatório das reuniões, havia pontos positivos. Chegou a hora para eles de passar da política de confronto à política da concórdia. Todo mundo sairia ganhando", declarou Ahmadinejad.
Depois de 14 meses de interrupção, Irã e os países do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha) retomaram, em 6 e 7 de dezembro, o diálogo sobre a questão nuclear, decidindo voltar a se reunir no fim de janeiro, em Istambul, para prosseguir com ele.
"Sua política fracassou. O Irã passou a ser nuclear. A melhor via para todo mundo é a cooperação. Espero que nas negociações em Istambul, e depois no Brasil, e posteriormente em Teerã se alcance um marco para a cooperação. É um benefício de todos", acrescentou.
Esta é a primeira vez que se menciona uma continuação das negociações para depois do encontro de Istambul, previsto para o fim de janeiro.
O presidente iraniano criticou o uso "dos incentivos ilegais, os incentivos do Conselho de Segurança ou (as sanções) econômicas contra um grande povo como o do Irã".
"Espero que vamos rumo à concórdia e à cooperação. O povo iraniano acolhe favoravelmente a cooperação" com as grandes potências, acrescentou.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou, em junho, novas sanções econômicas para tentar obrigar o Irã a renunciar a seu polêmico programa nuclear, em particular o de enriquecimento de urânio. Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Austrália, Japão e Coreia do Sul adotaram, em seguida, sanções econômicas unilaterais mais duras.
Teerã sempre afirmou que a finaldiade do seu programa nuclear é exclusivamente civil, mas os países ocidentais o acusam de querer fabricar a arma atômica.
A Turquia, que apóia parcialmente a posição do Irã no âmbito nuclear, assinou com o Brasil, em maio, uma proposta para troca de combustível nuclear com as grandes potências, que a rejeitaram.