Presidente de Belarus desde 1994, Alexander Lukashenko tem grandes possibilidades de voltar a ser reeleito no domingo, apesar das críticas da oposição, que o acusa de atuar como um "czar".
O chefe de Estado aponta a maior liberdade da atual campanha eleitoral e espera que as potências ocidentais, em particular a União Europeia (UE), considerem "legítima" a votação, explica o líder do movimento de oposição "Pela Liberdade", Alexander Milinkievich.
A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) também considerou que a campanha ocorreu em um clima de mais liberdade do que em ocasiões anteriores. Assim, ao contrário de 2006, os candidatos conseguiram reunir-se livremente e participar em debates na televisão ou rádio.
Lukashenko tenta mais uma reeleição nesta antiga república soviética de 10 milhões de habitantes contra um número recorde de nove adversários.
Eleito para um mandato de cinco anos em 1994, o presidente modificou, por meio de um referendo, a Constituição em 1996 para aumentar seu mandato a sete anos, até 2001, quando foi reeleito com 75,6% dos votos.
Após uma nova reforma, voltou a ser reeleito em 2006 com 83% dos votos, em um pleito criticado pelas potências ocidentais, que lamentaram os atos de violência.
A oposição, que teme fraudes na eleição de domingo, já convocou protestos para a noite de domingo no centro de Minsk, após o fim do horário de votação. A justiça considerou a convocação ilegal e advertiu cinco candidatos opositores.
"Amigos, saiam ou não saiam às ruas, não permitiremos que destruam o país", advertiu Lukashenko.
Os eleitores impossibilitados de comparecer às zonas eleitorais no domingo, que podem chegar a 30% dos inscritos, começaram a votar antecipadamente na quarta-feira.
Segundo a oposição, que tem apenas 0,25% dos representantes nas comissões eleitorais, a votação antecipada está provocando uma grande fraude por parte do regime de Lukashenko, que, segundo líderes opositores, substitui as cédulas por outras com o nome do presidente.
Milinkievich destaca a baixa representação da oposição nas comissões eleitorais para justificar sua recusa em participar no pleito. Mas sua ausência também é explicada pelas divisões da oposição, que não conseguiu chegar a um acordo para designar um candidato único.
Já Lukashenko afirma que adquiriu a "experiência suficiente para ser um verdadeiro presidente".
"Gostaríamos de ter presidente e temos um czar que se nega a deixar o poder, que só pensa em seus próprios filhos e em encher os bolsos de seus funcionários", criticou um dos candidatos opositores, Vitali Rimashevskii.