Bruxelas - A Eurocâmara preparava nesta terça-feira (14/12) uma cadeira vazia para marcar a ausência do dissidente cubano Guillermo Fariñas na entrega do prêmio Sakharov, nesta quarta-feira, em Estrasburgo - o mesmo símbolo que representou na última sexta-feira o chinês Liu Xiaobo, na entrega do Nobel da Paz.
Fariñas estará "representado amanhã (quarta-feira) na cerimônia por uma cadeira vazia, uma vez que não obteve a permissão necessária" para sair de Cuba, anunciou o Parlamento Europeu, com sede em Estrasburgo (França).
O dissidente enviará, no entanto, um discurso gravado que será transmitido na Casa, seguido de uma declaração do presidente da Eurocâmara, Jerzy Buzek.
As autoridades cubanas evitaram por enquanto confirmar que não deram a autorização pedida, mantendo mutismo sobre o assunto.
Psicólogo e jornalista, o dissidente foi protagonista de 23 greves de fome, a pior delas este ano, durante 135 dias, em seguida à morte, em 24 de fevereiro, de Orlando Zapata, que também protestava de forma semelhante.
Ele foi contemplado com o prêmio em 21 de outubro pelo Parlamento Europeu, que o concede anualmente em honra à liberdade de consciência.
Essa é a terceira vez que a Eurocâmara concede o prêmio Sakharov à dissidência cubana.
Depois de Oswaldo Payá em 2002, concedeu a láurea, três anos mais tarde, às Damas de Branco, esposas de presos políticos cubanos, que também não conseguiram viajar a Estrasburgo, por falta de visto.