Tel Aviv - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recebeu favoravelmente nesta segunda-feira (13/12) a proposta americana de retomar as negociações indiretas entre Israel e a Autoridade Palestina, depois que os israelenses se negaram a suspender a colonização na Cisjordânia.
"Os Estados Unidos entenderam após um ano e meio que as discussões sobre o tema menor das construções não levavam a lugar nenhum", disse Netanyahu em uma conferência econômica reunida em Tel Aviv.
"Compreenderam que era importante abordar os verdadeiros problemas, incluindo os temas de fundo que estão no centro do conflito entre nós e os palestinos", acrescentou Netanyahu.
O primeiro-ministro de Israel disse esperar que as negociações indiretas propiciem uma aproximação entre as posições de ambas as partes, para estabelecer contatos diretos com o objetivo de "um acordo de paz".
Netanyahu se reuniu hoje com o enviado especial americano para o Oriente Médio, George Mitchell, que nesta terça-feira também se encontrará com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
Após três horas de conversas em Jerusalém, o gabinete de Netanyahu indicou que a discussão foi "positiva". "O primeiro-ministro declarou que está disposto a falar de todas as questões de fundo nas próximas semanas e meses, para alcançar nosso objetivo comum, a paz e a segurança".
Mitchell apontou a necessidade de se alcançar um acordo, que estabelecerá "os compromissos fundamentais em todas as questões relativas a um estatuto permanente, e abrirá as portas a um trabalho de paz final".
Perante o fracasso da estratégia do governo Obama, que não conseguiu obter de Israel um novo congelamento da colonização da Cisjordânia, a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, propôs negociações indiretas para desbloquear o processo de paz.
Israel se negou a prolongar uma moratória de dez meses sobre a construção nas colônias judaicas da Cisjordânia, apesar da Autoridade Palestina ter apontado esse congelamento como condição para manter as negociações diretas, iniciadas em setembro sob os auspícios de Washington.