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Autoridades confirmam identidade de terrorista de ataque em Estocolmo

Estocolmo - A identidade do terrorista suicida que executou um atentado no centro de Estocolmo no sábado foi "98%" confirmada. Ele seria Taymur Abdel Wahab, cujo nome foi revelado mais cedo por um portal islâmico, anunciou nesta segunda-feira o promotor sueco encarregado da investigação, confirmando a principal hipótese dos serviços secretos.


Os serviços secretos já haviam afirmado que o autor das ameaças recebidas pouco antes da dupla explosão podia ser o homem encontrado morto no local do ataque fracassado.[SAIBAMAIS]

"Temos um arquivo de áudio e acreditamos tratar-se da mesma pessoa", indicou à rádio sueca uma analista da Sapo (o serviço secreto sueco), Malena Rembe, oficializando assim a tese do atentado suicida, o primeiro da história da Suécia.

Mas, de acordo com alguns veículos da imprensa e o centro americano de monitoramento de sites islâmicos (SITE), o terrorista seria mesmo Taymur Abdel Wahab, cuja identidade foi revelada pelo site islâmico "Shumukh al-Islam", que publicou uma série de fotos suas.

A polícia metropolitana de Londres revistou no domingo uma casa onde Abdel Wahab vivia, segundo a imprensa britânica.

A polícia disse ter "um mandato de busca e apreensão emitido em virtude da lei antiterrorista para um endereço em Bedfordshire" por um caso "ligado ao incidente em Estocolmo".

Segundo os jornais The Guardian, The Daily Mail e The Daily Telegraph, Taymur Abdel Wahab estudou Educação Física na Universidade de Bedfordshire, em Luton (50 km a norte de Londres), onde passou os últimos anos.

O Daily Telegraph afirma que Taymur Abdel Wahab deixou Bagdá em 1992 para morar na Suécia e em 2001 foi estudar na Grã-Bretanha.

De acordo com o tablóide sueco Expressen, ele teria completado 29 anos no domingo, um dia depois do ataque.

Sua mulher e os dois filhos ainda viveriam em Luton, segundo o Daily Mail e o Daily Telegraph.

O SITE indica que Taymur Abdel Wahab escreveu um testamento no qual diz ter agido por influência do Estado Islâmico do Iraque, braço iraquiano da Al-Qaeda.

"O Estado Islâmico do Iraque cumpriu a promessa feita", escreveu o terrorista em seu testamento, segundo o SITE.

Pouco antes das explosões, a Sapo e a agência de notícias sueca TT receberam mensagens anônimas que anunciavam "ações" em represália pela "guerra contra o islã" lutada pela Suécia, principalmente no Afeganistão.

A Suécia mantém cerca de 500 soldados no Afeganistão. O mandato de sua força deve ser renovado pelo Parlamento em 1; de janeiro de 2011.

Para a imprensa nacional, a Suécia faz parte do grupo de países afetados pela "onda de terrorismo internacional".

"O terror cego chegou à Suécia. Pela primeira vez em nosso país, somos alvo de terroristas - nós, cidadãos orfinários e indefesos", escreveu o Jornal Svenska Dagbladet.

Já o Dagens Nyheter destaca que "a Suécia foi afetada pela onda de terrorismo internacional que, durante os últimos 10 meses, provocou vítimas de diversos lugares como Bali, Madri, Londres e Nova York".

"Com as bombas de Estocolmo, a ideia que o fundamentalismo e os atentados suicidas são problemas que não nos dizem respeito - a nós, suecos - foi descartada".

No sábado, duas explosões quase simultâneas assustaram um bairro comercial movimentado do centro de Estocolmo, deixando um morto (o suposto autor do ataque) e dois feridos.