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Comitê Nobel se diz satisfeito com apoio internacional ao Prêmio da Paz

Oslo - O presidente do Comitê Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland, afirmou nesta quinta-feira que está surpreso com o apoio internacional ao dissidente chinês Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz 2010.

Jagland fez a declaração na véspera da cerimônia de entrega simbólica do prêmio ao opositor, detido em seu país, e depois de Pequim afirmar que tem o apoio mundial.

Nesta quinta-feira, a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Jiang Yu, afirmou que "o povo chinês e a maioria das pessoas do mundo são contrárias à decisão do Comitê Nobel".

"Nós não esperávamos muito apoio a nível político porque muitos países são tão dependentes da China econômica e politicamente", declarou Jagland ao canal TV2 Nyhetskanalen.

Em um contexto de forte pressão chinesa por um boicote da cerimônia, quase 20 países, entre eles Rússia, Iraque, Irã, Cuba, Venezuela, Sérvia e Afeganistão, rejeitaram o convite.

"É um pouco mais do que de costume. Alguns (ausentes) o estão por razões de agenda, outros com certeza têm motivações políticas ou econômicas", comentou Jagland. "Mas é agradável ver que tantos dirigentes internacionais tenham pedido de maneira enérgica que Liu seja liberado", acrescentou.

Entre os países que confirmaram presença na cerimônia estão os membros da União Europeia, Estados Unidos, Brasil, Japão e Coreia do Sul.

Condenado em dezembro de 2009 a 11 anos de prisão por "subversão ao poder do Estado", Liu Xiaobo, ex-professor de 54 anos, não poderá viajar a Oslo para receber o prêmio, nem ser representado por familiares, que não receberam autorização para deixar o território chinês.

Em 109 anos de história do Nobel da Paz, esta será a segunda vez que o prêmio não poderá ser entregue ao vencedor ou a um de seus representantes. O primeiro caso ocorreu em 1936, na época da Alemanha nazista, quando o pacifista Carl von Ossietzky, premiado a posteriori pelo Nobel 1935, não pôde receber a recompensa.