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WikiLeaks: EUA questionaram Rússia por venda de mísseis à Venezuela

Caracas - Os Estados Unidos manifestaram à Rússia preocupação com a venda à Venezuela de mais de 100 mísseis antiaéreos portáteis por temer que tais armas caíssem nas mãos da guerrilha colombiana das Farc, revelam informações diplomáticas divulgadas pelo site WikiLeaks e publicadas nesta quarta-feira (8/12).

Segundo o jornal espanhol El País, em fevereiro de 2009 a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, determinou às embaixadas em Moscou e Caracas obter informações sobre as negociações para a venda de armamentos entre Rússia e Venezuela.

Washington estava especialmente preocupado devido aos "vínculos da Venezuela com as Farc, que representam um sério risco de proliferação e desvio de armas".

Para os Estados Unidos, a "base de sua preocupação" procedia de informações obtidas nos computadores do líder das Farc Raúl Reyes, morto em um ataque aéreo, que revelavam "discussões específicas entre o governo venezuelano e as Farc sobre o fornecimento de mísseis antiaéreos".

Segundo Clinton, a Venezuela não estava preparada para manter a segurança adequada do arsenal.

Funcionários do Pentágono retomaram o assunto em julho passado, em uma reunião com homólogos russos, quando foram informados da venda de 100 mísseis antiaéreos portáteis "Igla-S" para a Venezuela.

Mas a Rússia garantiu aos Estados Unidos que as "transferências da Venezuela para as Farc não ocorreriam", segundo a documentação vazada pelo Wikileaks.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, confirmou em setembro de 2009 a compra de 92 tanques T-72 e mísseis antiaéreos produzidos na Rússia.