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Líbia ameaçou Londres para libertar Al Megrahi, mostra texto do WikiLeaks

Londres - A Líbia ameaçou o Reino Unido no ano passado com consequências "nefastas" caso o líbio condenado pelo atentado de Lockerbie, que sofre de câncer, morresse na prisão na Escócia, revelaram documentos diplomáticos americanos divulgados nesta quarta-feira pelo site WikiLeaks.

As ameaças incluíam o fechamento de todas as atividades comerciais britânicas na Líbia, manifestações contra representações britânicas e sugestões de que os britânicos que vivem no país poderiam correr perigo, segundo os documentos citados nesta quarta-feira pelo jornal The Guardian.[SAIBAMAIS]

Apesar das tentativas de Londres de se afastar da decisão de soltar Abdelbaset Ali Mohamed al Megrahi - tomada pelo governo autônomo da Escócia - as mensagens diplomáticas mostram também um grande "alívio" britânico com a sentença.

Autoridades líbias advertiram seus pares britânicos que "as consequências para as relações bilaterais seriam nefastas se Al Megrahi morresse na prisão escocesa", indica um telegrama enviado em janeiro de 2009 pelo embaixador americano em Trípoli, Gene A. Cretz.

E, embora Washington também tenha manifestado publicamente sua oposição à libertação de al Megrahi, "a embaixada americana e os cidadãos americanos poderiam se expor a consequências semelhantes", destaca a nota do chefe da representação.

Abdelbaset Ali Mohamed al Megrahi foi a única pessoa condenada pelo atentado de 1988 contra um Boeing da companhia PanAm com destino a Nova York. O avião explodiu sobre a cidade escocesa de Lockerbie em 21 de dezembro de 1988, causando 270 mortos, 189 deles americanos.

Diagnosticado com câncer de próstata, Megrahi foi liberado por razões humanitárias em agosto de 2009, depois que os médicos disseram que ele só tinha mais três meses de vida.