Santiago - Pelo menos 81 detentos morreram e 14 ficaram feridos em um incêndio na penitenciária de San Miguel, em Santiago, capital do Chile, na madrugada desta quarta-feira (8/12), informaram autoridades chilenas.
Informações anteriores afirmavam que o número de mortos era de 83 pessoas, mas o balanço foi corrigido para 81, afirmou o administrador de Santiago, Fernando Echeverria. "Os falecidos são 81. Ocorreu uma confusão com a informação entregue diretamente por um hospital" para onde foram levados alguns dos feridos, explicou Echeverría. O presidente Sebástian Piñera havia afirmado mais cedo que o incêndio deixou 83 mortos.
"Definitivamente são 81 pessoas falecidas", reafirmou o administrador, advertindo que esse número pode aumentar, já que existem 14 feridos com gravidade.
Esta é a maior tragédia da história em uma prisão chilena.
"Isto foi uma grande e dolorosa tragédia", afirmou o presidente Piñera, acrescentando que "a situação carcerária em nosso país não resiste mais".
Mais cedo, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, afirmou que "os 14 feridos estão com risco vital por queimaduras e foram transferidos para diferentes centros médicos na região metropolitana".
Mañalich informou que três policiais e um bombeiro ficaram levemente feridos nas operações de resgate.
A penitenciária de San Miguel, com capacidade para 900 detentos, tinha 1,9 mil internos. Pelo menos 200 deles fora retirados do prédio.
O fogo teve início nos andares superiores da torre número 5 da prisão, que fica na zona sul de Santiago, durante uma briga, segundo o diretor nacional do sistema penitenciário, Luis Masferrer.
"Às 5h30 (7h30 de Brasília) o problema começou, às 5h37 veio o primeiro alerta. Tudo começou com uma briga dentro da prisão", disse Masferrer.
"Esta tragédia reflete a precariedade do sistema carcerário chileno que estamos denunciando desde que assumimos". "A superlotação e o confinamento nesta unidade são fatores que devem ser analisados para determinar as causas deste fato lamentável", completou.
Dezenas de parentes se reuniram do lado de fora da prisão para exigir informações, em meio a cenas de desespero, o que provocou incidentes entre policiais e civis.
Esta quarta-feira, feriado no Chile, era dia de visita, o que explica o grande número de familiares desde cedo diante da penitenciária.
O ministro da Justiça, Felipe Bulnes, anunciou uma investigação para averiguar as causas do incêndio.
A maior tragédia em uma prisão chilena até hoje havia ocorrido em 2001, quando 26 detentos morreram em um incêndio na penitenciária de Iquique, 1,8 mil quilômetros ao norte de Santiago.
O incêndio na penitenciária de San Miguel é a terceira grande tragédia do Chile em 2010, depois do terremoto de 27 de fevereiro e do acidente da mina de San José, quando 33 mineiros ficaram presos e foram resgatados depois de passar dois meses debaixo da terra.