A Coreia do Sul vai realizar ataques aéreos para ;punir severamente o agressor;, caso a Coreia do Norte lance novos bombardeios contra o vizinho, como ocorreu na semana passada. ;Sem nenhuma dúvida, utilizaremos a força aérea para responder;, declarou Kim Kwan-jin, que tomou posse ontem como novo ministro da Defesa de Seul e discursou durante sessão no Parlamento, na qual foi declarado substituto de Kim Tae-young. General da reserva, Kwan-jin explicou que a ofensiva seria uma forma de seu país exercer o direito à defesa. Ele alertou que ;a punição ocorreria até que a fonte de hostilidade fosse eliminada;.
O governo sul-coreano revidou com disparos de 80 mísseis ao bombardeio lançado por Pyongyang contra a Ilha de Yeonpyeong, no Mar Amarelo, em 23 de novembro. Os 170 disparos de artilharia realizados por militares norte-coreanos na fronteira entre os países deixaram quatro mortos, entre eles dois civis, e 18 feridos. No entanto, parte dos políticos de Seul e a imprensa consideraram a resposta fraca demais, o que motivou a renúncia de Tae-Young do cargo no último dia 26. ;O Exército fracassou em seu dever básico de proteger a vida das pessoas e suas propriedades;, admitiu o novo titular da Defesa, que já havia sido chefe do Estado-Maior das Forças Armadas entre 2006 e 2008.
Guerra total
Kim Kwan-Jin ressaltou que o ataque da Coreia do Norte provou a crise mais grave na região desde a Guerra das Coreias (1950-1953), mas estimou que a chance de haver um novo conflito bélico é limitada. ;Será difícil para Pyongyang realizar uma guerra total, porque há elementos de insegurança no país, como a economia nacional e a transferência de poder (do ditador Kim Jong-Il para seu filho caçula, Kim Jong-Un;, afirmou, citado pela agência de notícias Reuters.
Para discutir o ataque de artilharia de 23 de novembro, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, vai se reunir com os ministros de Relações Exteriores do Japão e da Coreia do Sul, depois de amanhã. A China, que havia convidado os três países, no último dia 29, para conversações de emergência sobre o confronto, não foi chamada para o encontro. Mesmo com o menosprezo à participação chinesa, o Congresso dos EUA pediu a Pequim que exerça sua influência para conter as ações de Pyongyang. De acordo com o Legislativo norte-americano, o regime norte-coreano ;abala a paz e a segurança regional;.