Base de Bagram - O presidente Barack Obama, em visita surpresa ao Afeganistão, afirmou nesta sexta-feira (3/12) a soldados americanos que eles vão "sair vitoriosos em sua missão", advertindo para dias difíceis que estão por vir, no combate aos talibãs.
"Graças a vocês, realizamos progressos importantes. Vocês protegem o seu país, alcançam seus objetivos. Dissemos que vamos quebrar o elo dos talibãs. Vocês estão prestes a fazê-lo", afirmou o presidente aos militares, reunidos no hangar da grande base aérea americana, a 50km da capital Cabul.
Obama, que entregou medalhas a soldados feridos durante uma vistia ao hospital da base, destacou a emoção da visita. "Não digo a vocês nada que não saibam sobre a dificuldade do combate. Acabo de visitar o centro médico. Vi nossos guerreiros feridos (...) conversei com o pelotão que perdeu seis de seus integrantes num ato de violência insensata", acrescentou. "É um trabalho difícil. Os progressos serão muito lentos. E haverá dias difíceis no futuro", afirmou.
O presidente lembrou que essa é a segunda visita ao país desde que assumiu a Presidência e reconheceu o apoio internacional. "Quando estive aqui na primavera tínhamos coalizão de 43 países. Agora são 49 países". "Esta é uma mensagem poderosa (...) a coalizão de países que apoia o Afeganistão é sólida e aumenta", estimou o presidente.
A visita de Obama ao Afeganistão, de apenas três horas, havia sido mantida em segredo por motivos de segurança.
Obama deveria inicialmente passar até seis horas em solo afegão, segundo o programa divulgado a jornalistas durante o voo, qui previa um deslocamento de helicóptero até Cabul, para um jantar de trabalho com o presidente Hamid Karza;.
Mas o encontro foi cancelado à última hora - com a Casa Branca atribuindo o fato ao mau tempo, em particular ao vento forte, que impediria o trajeto aéreo.
Os dois dirigentes, cujas relações passam por altos e baixos há um ano, conversaram, finalmente, por telefone, segundo a presidência americana que não divulgou detalhes, apenas que durou 15 minutos.
A visita ocorre duas semanas após a reunião de cúpula da Otan em Lisboa, durante a qual foi oficializada a decisão de iniciar em 2011 o processo de transferência de responsabilidades, em matéria de segurança, à polícia e ao exército afegãos, uma etapa que será concluída no fim de 2014.
Os Estados Unidos dispõem atualmente de mais de 150 mil soldados no país.
A visita surpresa ocorre também no contexto de publicação de dezenas de milhares de documentos diplomáticos americanos pelo site WikiLeaks, mostrando a profunda desconfiança de Washington em relação ao presidente Karzai.
Segundo os documentos, os Estados Unidos estão exasperados pelo onipresença da corrupção no Afeganistão e pela visão de mundo "paranóica" do dirigente afegão.