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Egito, Costa do Marfim, Catalunha, Suíca e Moldávia vão às urnas no domingo

Além do Haiti, que vai às urnas eleger seus novos governantes, este domingo será marcado por eleições lesgilativas no Egito, Catalunha e Moldávia, um segundo turno presidencial na Costa do Marfim e referendo na Suíca.

Egito realiza legislativas em meio ao confronto entre o poder e islamitas

O regime egípcio tentará demonstrar sua força nas legislativas de domingo, apesar das preocupações em torno da saúde do presidente Hosni Mubarak e as denúncias da oposição dominada pelos islamitas, em um processo marcado pela violência e as irregularidades.

A eleição de 508 deputados à Assembleia do Povo, a mais importante das duas câmaras do Parlamento, será realizada em dois turnos, a primeira em 28 de novembro e a segunda em 5 de dezembro. Dez cadeiras suplementares são designadas diretamente por Mubarak.

Oposição e organizações de defesa dos direitos cívicos multiplicaram as críticas contra a eleição decidida de antemão em benefício do Partido Nacional Democrata (PND) no poder. Ninguém prevê que haja uma mudança de maioria, mas a questão pendente é o voto da Irmandade Muçulmana, que temem perder muitos dos deputados obtidos no auge do movimento, quando em 2005 conseguiram uma vaga em cada cinco.

A um ano da eleição presidencial, esta votação também se anuncia como um teste de capacidade do poder para manter uma imagem de estabilidade, apesar das incertezas sobre a saúde e sucessão de Mubarak, de 82 anos, no poder há 29 anos e operado da vesícula biliar e de um pólipo no duodeno.

A campanha legislativa foi marcada por inúmeros enfrentamentos entre as forças da ordem e militantes dos Irmandade Muçulmana.

Costa do Marfim se prepara para segunda turno presidencial sob pressão

Cerca de 5,7 milhões de marfinenses devem ir às urnas no domingo para eleger entre o atual chefe de Estado, Laurent Gbagbo, e o ex-primeiro-ministro Alassane Ouattara, no segundo turno de uma eleição sob tensão.

Esta votação deve por fim a mais de uma década de violência, depois do golpe de Estado de 1999, da tentativa fracassada em 2002, que levou os rebeldes a controlar o norte do país, e do adiamento seis vezes das eleições desde o final de mandato de Gbagbo, em 2005.

O segundo turno se anuncia acirrado e o resultado final dependerá dos votos de Henri Konan Bédié, perdedor em 1999 e terceiro no primeiro turno de 31 de outubro, com 25% dos votos.

O ex-chefe de Estado apoia Ouattara, seu aliado depois de anos de dificuldades, mas ninguém sabe em quem votarão os baulé, sua etnia.

O segundo turno entre Gbagbo e Ouattara é o confronto entre o opositor histórico ao "pai" Félix Houphouet-Boigny (presidente entre 1960 e 1993, quando o país era um modelo de estabilidade) e um de seus principais herdeiros.

Gbagbo é um grande orador que representa o sul, Ouatara um tecnocrata de reputação internacional que se apoia no norte.

"Golpista" contra "golpista": Gbagbo (38% nas pesquisas há um mês) e Ouattara (32%) se acusam de quase todos os males que atingem esta ex-colônia francesa, 50 anos depois de sua independência.

Enquanto os líderes trocam acusações, nas ruas, seus partidários se enfrentam a golpes de paus e pedras, especialmente na capital Abdijan, em incidentes que foram isolados, mas causaram feridos. O primeiro turno foi tranquilo, mas o segundo se anuncia mais perigoso

Catalunha vai às urnas com uma derrota dos socialistas no horizonte

Os catalães renovam no domingo o Parlamento e o governo regionais, em eleições nas quais os socialistas, líderes da coalizão do atual governo, poderão sofrer um severo revés, que alguns interpretam como uma advertência para o chefe do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.

O Partido Socialista de Catalunha (PSC) pode perder o poder regional depois de sete anos em favor dos nacionalistas da Convergencia i Unió, ao qual as pesquisas dão a maioria dos votos.

A crise econômica e a decisão Tribunal Constitucional espanhol emendando alguns artigos do Estatuto de Autonomia ampliado, em uma região de seu autogoverno, parece que custarão a derrota ao atual governo regional formado pelos socialistas, os comunistas verdes do ICV e os separatistas de esquerda do Esquerra Republicana de Catalunya (ERC).

Depois dos minaretes, suíços votam a expulsão de delinquentes estrangeiros

Os suíços se pronunciarão no domingo sobre um endurecimento das expulsões de estrangeiros que tenham cometido delitos, em uma votação promovida pela direita populista um ano depois da que levou à proibição de minaretes em território helvético.

A iniciativa popular foi lançada em 2007 pelo primeiro partido helvético, a UDC (muito conservador), o mesmo que promoveu a proibição dos minaretes, aprovada em novembro de 2009.

Os suíços também devem se pronunciar sobre outra iniciativa, cujo objetivo é estabelecer um mínimo tributário aos cidadãos de altas rendas.

Atualmente, já é possível expulsar estrangeiros responsáveis por delitos em algumas condições, mas o novo texto, acusado de xenófobo pelos detratores, vai mais além e propõe a retirada automática da permissão de residência se tiverem cometido "estupro, delito sexual grave, atos de violência como assalto a mão armada, tráfico de drogas e abuso da ajuda social".

Uma pesquisa do instituto gfs.bern dá o "sim" como vencedor por 54% dos votos.

Moldávia volta às urnas para tentar sair da crise política

A Moldávia, o país mais pobre da Europa, elege no domingo seus deputados pela terceira vez em menos de três anos para tentar sair da crise política que mantém sem chefe de Estado esta ex-república soviética.

No final de setembro, o Parlamento moldavo foi dissolvido depois do fracasso de um referendo para permitir a eleição de um presidente por sufrágio universal direto.

A designação do presidente pelo Parlamento provocou um bloqueio político desde o segundo trimestre de 2009.

Dois milhões e seiscentos mil eleitores deste pequeno país de fala romena e encravado entre a Romênia e a Ucrânia devem eleger seus representantes entre 20 partidos e 19 candidatos independentes.

Segundo as pesquisas, os partidos que obterão mais de 4% necessário para entrar no Parlamento serão os mesmos que receberam o voto antecipado de julho de 2009, convocado depois dos distúrbios de abril desse mesmo ano, depois da controvertida vitória dos comunistas.

Os quatro partidos da coalizão pró-europeia - o Partido Liberal-Democrata, o Partido Democrata, o Partido Liberal e a Aliança Nossa Moldávia - ganharam a eleição frente ao Partido Comunista, no poder de 2001 a 2009.