Veneza (Itália) - Depois de terem ocupado a torre inclinada de Pisa e o Coliseu de Roma, vários estudantes tomaram, nesta sexta-feira (26/11), o terraço da Basílica de São Marcos, em Veneza (norte), para protestar contra a reforma das universidades proposta por Silvio Berlusconi.
Os manifestantes estenderam um grande cartaz criticando os cortes orçamentários na fachada da basílica, com vista para a famosa praça de São Marcos, agora coberta de água por causa da maré alta, um fenômeno conhecido como "acqua alta".
Na Sicília (sul), os estudantes também tomaram locais simbólicos, como o telhado do teatro de Palermo e o campanário da catedral de Messina.
Foi o terceiro dia consecutivo de protestos contra a reforma no ensino superior proposto pelo governo de direita.
Confrontado à crise econômica, o governo italiano adotou várias leis em dois anos de mandato, cujo efeito foi suprimir nove bilhões de euros e 130 mil postos de trabalho na educação nacional, entre 2009 e 2013.
A reforma da universidade prevê a fusão dos centros menores, o acesso aos conselhos administrativos de especialistas externos ao mundo acadêmico e a redução do mandato dos reitores.
Os detratores estimam que visa a, sobretudo, economizar, por exemplo, deixando de renovar contratos fixos de milhares de pesquisadores.
Na última quarta-feira, ocorreram distúrbios entre estudantes e as forças policiais, sobretudo no centro de Roma.
Em 17 de novembro já tinha havido manifestações que reuniram dezenas de milhares de estudantes nas grandes cidades italianas (Roma, Milão, Florença, Palermo).
A reforma universitária deve ser votada em 30 de novembro pela Câmara de Deputados. O documento poderia voltar ao Senado para uma terceira e última leitura, se o texto aprovado pela Câmara baixa for diferente do votado no verão (boreal), que passou pela Câmara alta.