Jerusalém - Médicos e professores israelenses acusaram nesta quinta-feira (25/11) a polícia de Israel de maltratar crianças palestinas detidas por atirar pedras no bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental.
Em uma carta aberta ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por ocasião do Dia Internacional dos Direitos da Criança, 60 médicos, educadores, psicólogos e assistentes sociais israelenses acusaram a polícia de "violação flagrante" da lei nas operações de manutenção da ordem pública neste bairro.
O porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, negou categoricamnte estas acusações, garantindo que "a polícia opera estritamente dentro da lei" que proíbe o abuso, e que "jamais interroga crianças menores de 12 anos sem a presença de um parente, filmando esses interrogatórios".
"Nos últimos meses, acumulam-se testemunhos de crianças e seus familiares sobre flagrantes violações dos direitos dos menores presos, e sobre o uso da violência nesses interrogatórios", escrevem os autores da carta aberta.
"Há crianças e adolescentes que contam que foram retirados de suas camas no meio da noite, algemados e conduzidos para interrogatório sem a presença de seus pais", informam.
A situação é explosiva no bairro de Silwan devido à convivência com os colonos judeus instalados em algumas casas rodeadas de um dispositivo de segurança julgado asfixiante pela população palestina.
Os confrontos ocorrem regularmente entre jovens adolescentes, e inclusive crianças, muitas vezes mascarados, e colonos judeus armados, vigias, policiais e guardas de fronteira israelenses.