A China acusou nesta quinta-feira (25/11) o Vaticano de restringir a liberdade de religião, um dia depois da Santa Sé ter denunciado denunciado a ordenação, sábado passado, de um bispo da igreja católica chinesa oficial.
"A igreja católica da China, apoiada em décadas de tradição, efetua suas tarefas de ordenação em um espírito de independência. É uma manifestação concreta da liberdade de crença religiosa", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hong Lei.
"Qualquer intervenção constitui um ato de restrição da liberdade, assim como de intolerância", completou.
A ordenação do padre Guo Jincai em Chengde, uma cidade do norte da China, foi anunciada no sábado por Liu Bainian, vice-presidente da Associação Patriótica dos Católicos da China, uma igreja controlada pelas autoridades e que tem os bispos nomeados pelo governo.
Segundo o Vaticano, a ordenação constitui "uma ferida dolorosa e uma grave violação da disciplina católica".
A Santa Sé destacou ainda que o papa Bento XVI lamentou "profundamente" a ordenação.
"Os fiéis são humilhados porque as autoridades civis chinesas querem impor um pastor que não está em plena comunnhão nem com o Papa nem com os demais bispos do mundo", afirma uma nota do Vaticano.
Antes mesmo da ordenação do bispo, o Vaticano já havia indicado que a consideraria "ilegal e nociva para os vínculos construtivos estabelecidos recentemente entre a China e a Santa Sé".