A oito dias das eleições no Haiti, quatro dos 19 candidatos à presidência pediram um adiamento da votação prevista para 28 de novembro, em consequência da crise de saúde que afeta o país pela epidemia de cólera, que matou mais de 1.100 pessoas em um mês.
"Pedimos às autoridades que adiem a data das eleições, e que estabeleçam e divulguem um plano de luta contra a epidemia de cólera que ameaça a vida de todos os haitianos", afirmam em um comunicado Josette Bijou, Gérard Blot, Garaudy Laguerre e Wilson Jeudy, quatro candidatos que não têm chances de vitória, segundo as pesquisas de intenção de voto.
Eles também defendem a criação de uma comissão independente para investigar a origem da epidemia de cólera, que até meados de outubro, quando foram registrados os primeiros casos, estava erradicado do Haiti há mais de um século.
Os candidatos afirmam ainda que a comissão deve esclarecer as responsabilidades correspondentes das diferentes instâncias e denunciaram "vários sinais" que apontam para a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).
Outros candidatos já defenderam a manutenção das eleições para 28 de novembro, para evitar novas crises políticas no país.
"Não é razoável falar de adiamento. Estamos em um ponto no qual as pessoas estão preparadas para votar", afirmou a candidata Mirlande Manigat, considerada a favorita para suceder o presidente René Preval.