Lisboa - A Espanha espera que, no fim de 2012, as tropas tenham transferido o controle da segurança às forças afegãs, mas isto não equivale a uma retirada "sistemática" do contingente, disse nesta sexta-feira a ministra da Defesa, Carme Chacón, na cúpula da Otan em Lisboa.
O governo espanhol "acredita que, em 2011 e até o fim de 2012, as duas províncias sob responsabilidade espanhola, Herat e Badghis, poderão estar prontas para ser transferidas aos afegãos", declarou Chacón pouco após a abertura da cúpula da Aliança Atlântica, consagrada a fixar uma estratégia de saída do Afeganistão, entre 2011 e 2014.
"Estamos trabalhando nisso e estamos bastante bem situados em relação aos objetivos que havíamos marcado", afirmou Chacón, embora, ao ser interrogada uma segunda vez sobre o calendário, demonstrou prudência, afirmando que Madri acredita em "começar a transferir" o controle nos próximos dois anos.
A Espanha tem um contingente de cerca de 1,5 mil militares no Afeganistão sob a Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF) da Otan, que estão localizados no oeste do país.
Mas a transferência do controle dos trabalhos de segurança não equivale a uma "retirada sistemática" dos militares, disse Chacón, afirmando que ela será feita de forma "paulatina", à medida que as condições sobre o local permitirem.
A cúpula da Otan representa "o início do fim" da difícil missão do Afeganistão, nove anos após a coalizão internacional lançar uma guerra contra os talibãs, afirmou Chacón.
Entretanto, essa estratégia de saída deverá ser feita com "prudência", porque o processo precisa ser "irreversível": "Sairemos do Afeganistão apenas quando tivermos cumprido com os objetivos propostos", explicou a ministra, que acompanha em Lisboa o presidente do governo, José Luis Rodríguez Zapatero.