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Suécia ordena a prisão do fundador do Wikileaks por estupro

ESTOCOLMO - A justiça sueca ordenou nesta quinta-feira (18/11) a prisão do fundador de la página web Wikileaks, Julian Assange, que divulgou recentemente documentos confidenciais sobre a guerra no Iraque e no Afeganistão.

A decisão do juiz Alan Camitz, do tribunal de Estocolmo, acata assim um pedido neste sentido apresentado anteriormente pela promotoria. "Será emitida uma ordem de prisão internacional", anunciou o site da promotoria encarregada de crimes sexuais.
[SAIBAMAIS]
Julian Assange é cidadão australiano e chegou a ser procurado em agosto em meio às investigações do caso, mas teve a ordem de prisão revogada.

Marianne Ny, a promotora encarregada do caso, reabriu o processo de estupro contra Assange, de 39 anos, no dia 1; de setembro, mas a princípio não havia solicitado sua detenção. Ele já deixou a Suécia.

O tribunal de Estocolmo precisa agora se pronunciar sobre a ordem da promotora e sua decisão pode levar a uma ordem de captura internacional, segundo a imprensa sueca.

Ny assumiu pessoalmente a direção da investigação, iniciada a partir das declarações de duas mulheres que no dia 20 de agosto disseram ter sido vítimas de estupro do fundador do Wikileaks.

Assange sempre negou as acusações, afirmando que fazem parte de uma "campanha caluniosa" para desprestigiar seu site, que publicou centenas de milhares de documentos confidenciais sobre os conflitos no Iraque e no Afeganistão.

Em outubro, o Wikileaks divulgou mais 400 mil relatórios sobre incidentes, apresentados como "o vazamento mais importante de documentos militares confidenciais da história".

Os serviços secretos americanos "estão desde já muito satisfeitos", chegou a comentar Assange em entrevista à AFP, em setembro, depois que a investigação por estupro foi reaberta na justiça sueca.

Julian Assange aproveitou a demora na emissão da ordem de captura para sair do país. Nesta quinta-feira, ele está na Grã-Bretanha, de acordo com um de seus colaboradores, procurado na Islândia.

O fundador do Wikileaks, que só anda acompanhado de seguranças, transformou-se em inimigo número um do Pentágono, mas há especulações de que pode, por outro lado, ser eleito "homem do ano" pela revista Time.