Mima (Arábia Saudita) - Quase três milhões de pessoas que fazem este ano a peregrinação à Meca, na Arábia Saudita, começou a apedrejar as colunas que simbolizam satã, nesta terça-feira (16/11), no primeiro dia da festa do sacrifício celebrada por todos os muçulmanos do mundo.
Os fiéis devem jogar pedras na grande coluna que representa satã, chamado pelos muçulmanos de Iblis, no vale de Mina, perto de Meca.
Em meio a desordem, centenas de milhares de pedras voavam por cima das cabeças dos peregrinos, que devem atirar sete pedras durante o primeiro dia contra a coluna de 30 metros de altura e 21 no dia seguinte, ou dois dias depois, contra a grande, a média e a pequena.
Depois de rezar juntos na mesquita de Namera e passar a segunda-feira pedindo perdão a Deus no Monte Arafat, símbolo da espera do julgamento final, os peregrinos dormiram no vale de Mina, transformado em uma imensa cidade de barracas de campanha.
A peregrinação à Meca é um dos cinco pilares do islã que todo muçulmano deve cumprir durante a vida se tiver recursos que permitam.
Este ano, as autoridades esperam que o apedrejamento das colunas terminem sem contratempos, depois que o ritual provocou no passado movimentos de correria entre a multidão com consequências fatais.
Atualmente, as pessoas chegam por uma ponte de vários andares construída para canalizar a multidão que participa no ritual.
Em janeiro de 2006, 364 pessoas morreram pisoteadas durante a peregrinação. Em julho de 1990, 1.426 peregrinos faleceram, a maioria deles asfixiados durante um momento de pânico em um túnel.
Depois do apedrejamento, os fiéis devem imolar um animal em recordação de Abraão, que aceitou sacrificar o filho para obedecer a Deus, antes de o anjo Gabriel trocar o filho no último momento por um cordeiro.
Hoje em dia, os peregrinos compram bônus das autoridades sauditas, que sacrificam os animais e depois enviam ajuda aos muçulmanos pobres de várias partes do mundo.
A festa é celebrada por todos os muçulmanos do planeta.
O presidente americano, Barack Obama, destacou na segunda-feira que quase três milhões de peregrinos de mais de 160 países, incluindo os Estados Unidos, se reuniram em Meca.
Ele desejou a todos os muçulmanos do mundo um "feliz Aid Al-Adha", ou festa do sacrifício, e disse que a celebração permite "recordar os valores e raízes comuns das três maiores religiões do mundo".