Washington - A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, defendeu nesta segunda-feira as operações militares do Exército americano no Afeganistão, após o presidente afegão, Hamid Karzai, pedir aos Estados Unidos que diminuam sua "intromissão" na vida afegã.
"Acreditamos que o recurso a ações de inteligência com alvos precisos contra insurgentes de grande importância e suas redes é um ingrediente chave de nossas abrangentes operações civis-militares e essas operações são realizadas em total cooperação com o governo do Afeganistão", declarou Hillary a jornalistas.
Entretanto, acrescentou, os Estados Unidos seguem sendo "muito sensíveis às preocupações" manifestadas por Karzai.
O presidente do Afeganistão advertiu no domingo que o Exército dos Estados Unidos deve reduzir o número de operações militares e sua "intromissão" na vida afegã, sob o risco de exacerbar a rebelião talibã.
Karzai afirmou que a presença de 100 mil soldados americanos no Afeganistão e, especialmente, os "terríveis" ataques noturnos das forças dos EUA contra os lares afegãos exacerbam as emoções no país e levam os jovens à rebelião.
"Os ataques são sempre um problema. Eram antes e são agora. Devem parar", disse Karzai em Cabul ao jornal Washington Post.
"O povo afegão não gosta destes ataques. Se há algum ataque, deve ser realizado pelo governo afegão e sob as leis afegãs. Isto é um motivo de contínua divergência entre nós".