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Presidente da França Sarkozy forma novo gabinete

PARIS - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, confirmou neste domingo (14/11) o nome de François Fillon para a chefia de seu novo gabinete, situado mais à direita e marcado pela continuidade de seus principais membros, visando a batalha presidencial de 2012.

Sarkozy nomeou a até então ministra da Justiça, Mich;le Alliot-Marie, para a pasta das Relações Exteriores, e chamou o ex-premier Alain Juppé a ocupar o ministério da Defesa.

No ministério das Finanças, Sarkozy conservou Christine Lagarde, como fez na pasta do Interior, com Brice Hortefeux.

Alain Juppé, 65 anos, substitui o centrista Hervé Morin, enquanto Alliot-Marie, 64 anos, recebe o cargo de Bernard Kouchner, um médico de esquerda que entrou para o gabinete de Sarkozy em 2007.

Alliot-Marie, que já ocupou as pastas de Justiça, Defesa e Interior, é uma figura de destaque da direita francesa, ligada ao ex-presidente Jacques Chirac. Será a primeira mulher a dirigir a diplomacia francesa.

Juppé, outro fiel aliado de Chirac, volta como o número dois do governo na Defesa.

Christine Lagarde, 54 anos, permanece no estratégico ministério das Finanças, em um momento em que a França assume a presidência anual do G20, em plena guerra cambial.

Na pasta do Trabalho, Xavier Bertrand substitui o polêmico Eric Woerth, que caiu desgastado pelos escândalos de corrupção e pela reforma na previdência, que sacudiu a França.

Além das partidas de Morin e Kouchner, outro importante centrista, Jean-Louis Borloo - durante muito tempo considerado como favorito para o cargo de premier - decidiu deixar o governo de Sarkozy.

Borloo ocupava a pasta de Meio Ambiente e Transportes.

O novo gabinete conta com 31 membros, sete a menos que o precedente, e 11 são mulheres.

"Após três anos e meio de reformas corajosas, conduzidas apesar da grave crise econômica e financeira mundial, eu me comprometo, junto com o chefe de Estado, e com determinação, a realizar uma nova etapa", declarou François Fillon neste domingo.

Com a reforma do gabinete, anunciada há cinco meses, Sarkozy, que enfrenta seu mais baixo índice de popularidade, pretende dar um novo impulso ao final de seu mandato, visando as eleições presidenciais de 2012.

A oposição ironizou hoje o espetáculo político que se desenrola há semanas em relação a este remanejamento e considerou que a política de Nicolas Sarkozy não vai mudar em nada.

"Há a indecência de fazer crer que as coisas vão mudar. A política será sempre a de Nicolas Sarkozy", declarou Jean-Marc Ayrault, líder dos deputados socialistas.

"É o 125 capítulo da novela. Vamos esperar o 126", ironizou Cécile Duflot, a líder ecologista.