HAVANA - O preso político cubano Arnaldo Ramos, libertado sábado pelo governo, afirmou que permanecerá em Cuba com sua atividade opositora e "luta pela democracia" - disse à AFP em sua casa, num bairro de Havana.
"Disseram-me que minha liberdade é incondicional. Não aceito outra coisa, nada devo a ninguém. Fico aqui e darei prosseguimento a minha atividade política", disse Ramos, um dos 13 presos que rejeitou o exílio e que foi deixado no cárcere pelo Governo uma semana a mais, após expirar o prazo prometido para sua libertação
Ramos, economista de 68 anos e condenado a 18 anos de prisão, é o mais velho do grupo de 75 detidos em março de 2003, considerados prisioneiros de consciência pela Anistia Internacional.
"Continuarei a lutar pela democracia, o que fazia em março de 2003. Nada mudou", disse.
Após um histórico diálogo com o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, Raúl Castro havia se comprometido com a Igreja católica a libertar, até o dia 7 de julho, 52 presos políticos, em um processo gradual apoiado pela Espanha e num prazo "de no máximo quatro meses".
Trinta e nove foram soltos depois de aceitarem viajar para Madri, mas 13 permanecem na prisão, entre eles Arnaldo Ramos, após rejeitarem o exílio, explicou Bertha Solar, uma das líderes das chamadas Damas de Branco, um movimento organizado por esposas e mães dos presos políticos.
Restam, agora, 12 dissidentes na prisão.