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Situação dos ciganos na Europa é 'escandalosa', afirma UE

Genebra - A comissária europeia de Justiça, Viviane Reding, considerou nesta sexta-feira (12/11) como "questão escandalosa" a situação em que vivem os ciganos na Europa.

"Trata-se, antes de mais nada, de uma questão escandalosa para todos os europeus", disse Reding, durante entrevista coletiva, em Lausanne, sobre o futuro das relações entre a Suíça e a União Europeia (UE). "Temos, na Europa, a maior minoria, 10 milhões de pessoas que vivem na pobreza absoluta, que não têm acesso a moradia e muitas vezes, não têm acesso à saúde", destacou.

Para Reding, é especialmente "escandaloso" que as crianças da comunidade cigana não possam ir à escola.

A vice-presidente da Comissão Europeia desatou uma polêmica na França, em setembro, ao acusar o governo francês de discriminação aos ciganos.

Retornando a este episódio, Reding disse esperar que "esta excitação tenha servido (...) para tornar evidente que vivemos em um Estado de direito e que os cidadãos, sejam quais forem, têm direitos". "Temos a obrigação de resolver a extrema pobreza e a não escolarização das crianças ciganas", insistiu.

Reding afirmou ter pedido a cada Estado-membro do bloco europeu que lhe apresentasse "seu programa de integração dos ciganos".

Em 28 de outubro, a comissária da Justiça disse que a "França continua sob vigilância. Continuamos examinando os informes que nos têm sido transmitidos pelas autoridades francesas".

A França desmantelou centenas de acampamentos ilegais de ciganos e expulsou, desde o início do ano, mais de oito mil cidadãos romenos e búlgaros.

As autoridades francesas evitaram, no entanto, um processo de infração por aplicação insuficiente de uma diretriz europeia de 2004 que trata da livre circulação de cidadãos da UE.