PEQUIM - Mo Shaoping, um advogado ligado ao vencedor do prêmio Nobel da Paz, o dissidente chinês Liu Xiaobo, afirmou que não recebeu autorização para deixar a China. A medida configura uma tentativa do governo de Pequim de impedir que os amigos de Liu compareçam à entrega do prêmio em Oslo em dezembro.
"Acaba de acontecer. Fui impedido de sair na alfândega, no controle da imigração. Estou voltando do aeroporto", disse por telefone. "Me explicaram que era porque eu poderia prejudicar os interesses nacionais", completou, antes de afirmar que pretendia viajar a Londres para assistir a uma conferência internacional de advogados.
Mo Shaoping disse acreditar que as autoridades chinesas impediram sua saída com o temor de que ele viaje a Oslo. No entanto, segundo o advogado, ele não planejava seguir para a cidade da Noruega.
Ativistas dos direitos humanos na China sofrem, de acordo com várias ONGs, uma repressão maior desde a atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo. Detido em penitenciária do nordeste da China, o intelectual se tornou em 8 de outubro o primeiro cidadão chinês a vencer o Nobel de la Paz, distinção que, segundo o regime comunista, equivale a "estimular o crime".