Buenos Aires - O ex-comandante da ditadura argentina (1976-1983), o almirante destituído Emilio Massera, morreu nesta segunda-feira (8/11), aos 85 anos de idade, vítima de hemorragia cerebral, informou à AFP uma fonte do Hospital Naval, onde estava internado. "Faleceu às 16h locais", explicou.
Massera havia sofrido há vários anos outro acidente cérebro-vascular que o deixara em estado quase vegetativo. Por causa disso, a Justiça o declarou incapaz (insanidade mental), liberando-o de ser julgado por centenas de sequestros, torturas e assassinatos.
Massera estava entre os conspiradores que efetuaram o golpe de estado em 24 de março de 1976 contra a presidente María Estela Martínez de Perón.
Membro integrante da junta militar ao lado de Jorge Rafael Videla (Exército) e Orlando Ramón Agosti (Aeronáutica), dirigiu, por meio da Marinha Argentina, uma repressão implacável aos opositores do regime.
Comandou o centro de detenção clandestino da Marinha em Buenos Aires, conhecido como ESMA (Escola Superior de Mecânica da Armada). Neste local estima-se que tenham passado cinco mil presos.
Massera foi julgado e condenado à prisão perpétua em 1985. Indultado pelo governo de Carlos Menem, tornou-se novamente alvo da justiça após Néstor Kirchner reabrir os processos contra os militares da ditadura.