BARCELONA - Em Barcelona, o Papa Bento XVI atacou neste domingo (7/11) o aborto e defendeu a família tradicional em clara crítica às leis liberais do governo socialista espanhol de José Luis Rodríguez Zapatero.
"A Igreja se opõe a todas as formas de negação da vida humana e apoia quando se promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar", afirmou Bento XVI durante a missa celebrada na então consagrada basílica da Sagrada Família de Barcelona, no segundo e último dia de sua viagem à Espanha.
Além disso, defendeu a família como a união de um homem e uma mulher, num país em que o casamento entre pessoas de mesmo sexo foi aprovado há cinco anos. "O amor indissolúvel de um homem e uma mulher é o marco eficaz e o fundamento da vida humana em sua gestação, em seu parto, em seu crescimento e em seu término natural", recordou.[SAIBAMAIS]
O chefe da Igreja católica pediu aos Estados que deem "atenção, proteção e ajuda" à família tradicional e à vida humana.
Aos governos pediu "adequadas medidas econômicas e sociais para que o homem e a mulher que contraem matrimônio e formam uma família sejam decididamente apoiados pelo Estado para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável desde o momento de sua concepção e que a natalidade seja dignificada, valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente".
Além disso, pediu medidas "para que a mulher encontre no lar e no trabalho sua plena realização".
"Somente onde existem o amor e a fidelidade nasce e perdura a verdadeira liberdade", disse o Papa, referindo-se ao casamento.
O Papa pronunciou estas palavras quatro meses depois que entrou em vigor no país a nova legislação espanhola sobre o aborto, que o Vaticano classificou de "insensata". A lei, que amplia a anterior, permite o aborto livre dentro de um prazo de 14 semanas e autoriza o aborto de maneira excepcional até 22 semanas de gravidez em caso de risco para a vida e a saúde da mãe ou em caso de graves malformações do feto.