SYDNEY - A avaria na turbina sofrida pelo Airbus A380 que fez um pouso de emergência em Cingapura talvez se deva a um problema de concepção, declarou nesta sexta-feira o diretor-geral da empresa australiana Qantas, Alan Joyce.
Ele revelou que pneus do avião arrebentaram no momento do pouso e disse que a companhia esperava retomar os voos de sua frota de A380 dentro de 48 horas depois de checar os aparelhos.
O Airbus A380 acidentado está equipado com motores Trent 900 da britânica Rolls Royce, que recomendou exames do conjunto de turbinas desse tipo. "Achamos que as verificações serão concluídas entre 24 e 48 horas. Se não encontrarmos nada de negativo, os aparelhos voltarão a voar", explicou.
Por sua parte, a Airbus enviou uma equipe de seis especialistas a Cingapura. Outras duas companhias com aviões A380 equipados com as mesmas turbinas do Rolls Royce anunciaram verificações de seus aparelhos.
Nenhum dos 433 passageiros e 26 tripulantes do Airbus da Qantas ficou ferido no pouso do voo QF32 no aeroporto Changi, de Cingapura. O A380 teve problemas pouco depois de decolar de Cingapura com destino a Sydney, quando sobrevoava a ilha de Batam, situada na Indonésia.
"O piloto pediu permissão para retornar com prioridade a Cingapura", informou a Qantas. De acordo com o Birô de Investigações e Análises (BEA) da França, sede da Airbus, a avaria aconteceu na parte traseira de um dos quatro motores do A380 e provocou graves danos.
A companhia australiana, que nunca registrou acidentes fatais em 90 anos de existência, é uma das principais clientes do A380, com seis aeronaves e 20 pedidos por novos aviões.
A Qantas integra - com Air France, Emirates, Lufthansa e Singapore Airlines - o grupo das cinco companhias aéreas que possuem um total de 37 A380 atualmente em circulação, de acordo com a Airbus.
As outras quatro companhias, no entanto, anunciaram que não pretendem imobilizar suas frotas de A380. Desde seu lançamento, o A380 registrou incidentes, mas nenhum da gravidade do registrado no voo da Qantas.