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EUA: número de mulheres no Congresso diminui pela primeira vez em 30 anos


WASHINGTON - O número de mulheres eleitas ao Congresso americano diminuiu depois das eleições legislativas de terça-feira, pela primeira vez em mais de 30 anos.

O número de mulheres deve passar de 17 a 15 (de um total de 100) no Senado e de 73 a 70 (de um total de 435) na Câmara de Representantes, segundo as projeções divulgadas nesta quarta-feira pelo Center for American Women and Politics (CAWP), uma organização independente que apoia a participação feminina na política.

Assim, se não houver surpresas de última hora, o número de mulheres no Congresso baixaria de 90 a 85, diminuindo pela primeira vez desde 1978.

O percentual de mulheres no Congresso passa, então, de 16,8% a 16%, pelo que os Estados Unidos deixariam de ocupar o 73; lugar em termos de representatividade feminina, para situar-se entre Albânia e Coreia do Norte, três lugares mais abaixo, segundo dados da União Interparlamentar (UIP).

Como símbolo, uma das grandes derrotadas da jornada de terça-feira foi a democrata Nancy Pelosi, que há quatro anos tornou-se a primeira mulher presidente da Câmara de Representantes, cargo que deverá ceder, agora, ao conservador John Boehner.

"Enquanto presidente da Câmara, Nancy Pelosi era a mulher eleita que ocupava o posto mais alto na história americana", lamentou o CAWP em comunicado.

O número de candidatas nas primárias republicanas havia alcançado cifras recorde este ano. Seguindo os passos de Sarah Palin, que em 2008 fez parte da derrotada chapa presidencial republicana comandada por John McCain, 128 mulheres apresentaram-se como postulantes a candidatas.

Do lado democrata, o número de aspirantes às primárias diminuiu ligeiramente em relação a 2006 e 2008.

A difícil conjuntura econômica seria um dos motivos; "em casos como estes, os eleitores têm tendência em creditar que as mulheres não são tão competentes quanto os homens em economia", explicava, durante a campanha, a pesquisadora Celinda Lake, assessora do Partido Democrata, no jornal USA Today.