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Estados Unidos propõem que Israel alugue Vale do Jordão aos palestinos

JERUSALÉM - Os Estados Unidos propuseram a Israel o aluguel aos palestinos por sete anos do Vale do Jordão, o que se seguiria a assinatura de um acordo de paz, relatou nesta segunda-feira a rádio militar israelense. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não rejeitou a priori a ideia, mas considerou que a locação "deveria durar várias dezenas de anos", informou a rádio, citando dirigentes sem os identificar. "Está fora de questão discutir um arrendamento inferior a 99 anos", declarou um ministro israelense que não quis ser identificado, citado pela rádio. Entrevistado pela AFP, um oficial israelense recusou-se a confirmar ou a desmentir a proposta americana. Ele limitou-se a destacar que as "necessidades de segurança de Israel exigiam a manutenção de uma presença israelense ao leste de um futuro Estado Palestino (no Vale do Jordão) para garantir sua desmilitarização". Netanyahu e seu antecessor Ehud Olmert exigem que Israel mantenha o controle do Vale do Jordão para impedir a entrada de armas ou tropas no território de um futuro Estado Palestino, sem precisar as modalidades deste controle. Os palestinos, por sua vez, rejeitaram a ideia da manutenção de uma presença de segurança israelense no território de seu futuro Estado, mas disseram estar prontos para considerar o posicionamento de tropas de paz estrangeiras. "Não fomos informados sobre a eventual locação de terras palestinas, e se esse projeto nos for apresentado, não o aceitaremos", afirmou aos jornalistas Mohammed Shateyeh, um dos negociadores palestinos. "Para nós, trata-se de um balão de ensaio lançado através da imprensa, e nós o rejeitamos categoricamente", insistiu. O Vale do Jordão se estende por centenas de quilômetros, 80 km pela Cisjordânia, desde o Lago Tiberíades, ao norte, até o Mar Morto, ao sul. No lado leste, ele faz fronteira com a Jordânia e, no oeste, com Israel e a Cisjordânia.