MOSCOU, 31 outubro 2010 (AFP) - A polícia russa prendeu dezenas de ativistas da oposição em manifestações não-autorizadas pelos direitos humanos neste domingo, em Moscou e São Petersburgo, que denunciavam o primeiro-ministro Vladimir Putin.
Na praça Triumfalnaya, na capital russa, centenas de pessoas se reuniram para um ato público em defesa do Artigo 31 da Constituição russa, que garante a liberdade de associação.
A polícia prendeu pelo menos cinco pessoas, que carregavam cartazes com críticas a Putin.
O ato aconteceu na mesma praça onde ocorria um raro protesto autorizado em prol dos direitos humanos. Assim, os oposicionistas forçaram a polícia a remover barreiras e detectores de metal para que os dois grupos se unissem.
"Esta manifestação é um sucesso compartilhado", disse Ludmila Alexeyeva, militante veterana dos direitos humanos, que participou da organização do protesto autorizado.
"Na Rússia, assim como era na União Soviética, as autoridades não respeitam os direitos constitucionais", destacou.
Boris Nemtsov, político da oposição liberal e ex-membro do governo, disse que os manifestantes pretendiam marchar até o Kremlin no próximo protesto da "Estratégia 31", marcado para dezembro.
Enquanto isso, no centro da segunda maior cidade do país, a polícia prendeu cerca de 60 pessoas em um protesto, no qual 300 ativistas brandiam cópias da Constituição para pedir o respeito aos direitos humanos.