LA PAZ - O presidente boliviano, Evo Morales, disse esta sexta-feira que "sonha" com energia nuclear para a Bolívia porque o país "conta com matéria-prima", e poderia imitar o Irã e exportar este tipo de energia aos países vizinhos.
"Se países como Brasil, Argentina e Chile querem (energia nuclear), por que nós não podemos ter (o mesmo), se temos matéria-prima?", disse o presidente, que voltou para a Bolívia após uma visita oficial de quatro dias ao Irã, país com o qual mantém estreitos laços políticos e econômicos. Em seguida, completou: "sonho eu, sonhemos todos para termos este tipo de energia e exportemos energia".
Sobre a "matéria-prima", o atual governo boliviano reconheceu, em agosto passado, que há venda de urânio no país, mas, para restabelecer seu potencial, precisa de um trabalho de prospecção mineira. Há a possibilidade, segundo manifestou na ocasião o Poder Executivo, de que este trabalho esteja a cargo de Teerã.
Morales disse que, em sua visita desta semana ao Irã, soube do salto qualitativo que o país deu na produção de energia nuclear "com fins pacíficos". "Antes da Revolução, o Irã produzia apenas algo em 20 mil megawatts, agora com a usina de energia nuclear produz mais de 60 mil megawatts. (No total) produz 80 mil megawatts. Mais de 50% é para exportar energia para três países", afirmou.
Segundo Morales, a usina nuclear - cujo nome não mencionou - tem fins pacíficos e energéticos. ;(A usina) é para produzir e exportar energia, não estamos falando de bombas atômicas, o que querem"as potências ocidentais é confundir;, complementou.
Morales estabeleceu que, com o governo de Mahmud Ahmadinejad, "há interesse em avançar nestes temas muito importantes".