Brasília ; A pedido do governo de Cuba, os países-membros da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas votam nesta terça-feira (26/10) a resolução de condenação do embargo comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos aos cubanos desde 1962. Antes desta reunião, as autoridades cubanas apelaram para o apoio internacional pelo fim do bloqueio a Cuba. Ontem, o embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, pediu à América do Sul e ao Caribe uma declaração em favor ao seu país.
;Para nós, o bloqueio deve ser suspenso de forma unilateral e imediata. Foi um bloqueio feito por vontade própria e por força dos Estados Unidos e constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico e social de Cuba;, disse. ;É inconcebível que dois países vizinhos (Cuba e Estados Unidos) não possam ter relações econômicas, comerciais e culturais;, concluiu.
Pelos dados oficiais de Cuba, o embargo imposto há 48 anos causa prejuízos que somavam cerca de US$ 751,3 bilhões até dezembro de 2009. Para as autoridades cubanas, o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não demonstra boa vontade em recuar na adoção do embargo.
É a 19; assembleia consecutiva da Organização das Nações Unidas convocada para analisar o pedido de Cuba. Nas ocasiões anteriores, a maioria dos membros da ONU apoiou o fim do embargo a Cuba. Em setembro, durante a 65; assembleia geral, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou o bloqueio norte-americano.
A atitude do governo do Brasil é sempre lembrada pelos cubanos.;O Brasil foi o primeiro país a interferir. Esperamos que, amanhã (hoje), como o Brasil, um bom número de países se manifeste;, afirmou Zamora.
Depois de 48 anos sob embargo, Cuba tenta evitar o agravamento da crise no país ao anunciar a abertura do mercado de trabalho, a demissão de cerca de 500 mil funcionários públicos e a aproximação da União Europeia. O bloqueio envolve restrições econômicas, financeiras, políticas e diplomáticas.
A votação nas Nações Unidas ocorre um dia depois da decisão definida pelos chanceleres da União Europeia (UE) de reestabelecer as relações políticas e diplomáticas com Cuba.