Brasília ; Os ministros da Saúde da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) devem definir nesta segunda-feira (25/10), por meio de videoconferência, a ajuda humanitária a ser enviada ao Haiti, que enfrenta uma epidemia de cólera. Em uma semana, foram registrados 250 mortes e três mil casos da doença.
O ministro da Saúde do Equador e presidente pro tempore do Conselho Sul-Americano de Saúde, David Chiriboga, sinalizou que equipas médicas devem deslocadas para o país, além do envio de remédios conforme necessidade do governo haitiano. A Unasul deve emitir uma nota com detalhamento da ajuda, segundo o governo do Equador, atualmente na presidência do colegiado.
O governo brasileiro anunciou o envio de 10.575 frascos de hipoclorito de sódio (usado para purificar a água), 12,6 mil envelopes de sais para reidratação oral, 3,5 mil frascos injetáveis de solução usada para reidratação de pacientes em estado grave, 16,2 mil equipamentos para aplicação de soro e 43,2 mil pares de luvas descartáveis. O material será levado em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), que partirá na próxima quarta-feira do Rio de Janeiro.
A cólera é uma doença infecciosa intestinal transmitida, principalmente, pela ingestão de água ou alimentos contaminados. A transmissão pode ocorrer também pelo uso de produtos contaminados, por moscas ou contato direto entre pessoas infectadas. Acredita-se que o surto de cólera no Haiti tenha sido provocado pelo consumo de água contaminada do Rio Artibonite, região ao norte de Porto Príncipe. Cerca de um milhão de pessoas que sobreviveram ao terremoto de janeiro vivem no local sem saneamento básico ou água potável.
O Fundo das Nações Unidas para a Infânci (Unicef) iniciou a distribuição de nove mil refeições prontas e biscoitos em hospital, para evitar que os haitianos consumam alimentos contaminados ou preparados com água contaminada. Os sintomas da doença são febre alta, diarreia, vômitos e desidratação. Se não for tratada, pode matar em algumas horas. O Departamento de Saúde haitiano informou que o número de mortes pela doença caiu e a tendência é de estabilização do quadro. Mas agências humanitárias alegam que a doença pode alcançar a população que vive na fronteira com a República Dominicana.