TIJUANA - Treze pessoas que estavam internadas em um centro de reabilitação para dependentes químicos em Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos, foram assassinadas a tiros na noite deste domingo (24/10), no segundo massacre em menos de 48 horas no norte do país.
[SAIBAMAIS]Segundo testemunhas, os pistoleiros colocaram as vítimas diante de um muro e abriram fogo com armas de longo alcance. O ataque em Tijuana aconteceu menos de dois dias após um grupo armado invadir uma festa em Ciudad Juárez, também na fronteira com os Estados Unidos, matando 14 pessoas na madrugada de sábado.
O centro de reabilitação Camino A. C. está localizado em uma zona próxima da área rural de Tijuana, onde, na semana passada, foram apreendidas 134 toneladas de maconha, a maior carga da droga já encontrada pela polícia na história do México.
Fontes policiais afirmam que, depois do massacre, as frequências de rádio das patrulhas foram interceptadas com mensagens de desconhecidos que aparentemente relacionavam o ataque ao centro de viciados com a apreensão da maconha na semana passada.
Segundo o governo, a droga pertencia ao cartel de Sinaloa, liderado por Joaquín "El Chapo" Guzmán, o traficante mais procurado no México e nos Estados Unidos.
Tijuana, vizinha da americana San Diego, é cenário de uma disputa entre o cartel de Sinaloa e o grupo do narcotráfico ligado à família Arellano Félix.
Esse foi o terceiro massacre em pouco mais de um ano em um centro de recuperação de dependentes químicos no norte do México. Em setembro de 2009, um comando armado invadiu um centro em Ciudad Juárez e matou 18 pacientes. No dia 11 de junho, quase 30 pistoleiros assassinaram 19 pessoas em outro centro de reabilitação na cidade de Chihuahua.
As autoridades acreditam que os pistoleiros do narcotráfico atacam os centros de reabilitação por acreditarem que membros de grupos rivais estão internados.
O México enfrenta uma crescente onda de homicídios, a maioria atribuída pelas autoridades aos sete cartéis do narcotráfico que operam no país e a grupos ligados a eles.
Em dezembro de 2006, o governo iniciou uma ofensiva contra os narcotraficantes, incluindo a mobilização de quase 50 mil militares. Desde então, a violência vinculada ao tráfico e às operações de combate ao crime provocaram mais de 28 mil mortes.