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EUA usaram guatemaltecos em experimentos médicos na década de 1940

Guatemala ; Os Estados Unidos realizaram 17 tipos de experimentos médicos em doentes mentais, prostitutas, prisioneiros e soldados guatemaltecos, por meio de inoculações que ocorreram na década de 1940, informou o vice-presidente da Guatemala, Rafael Espada.

"Temos confirmados 17 tipos de projetos nos experimentos com humanos realizados em nosso país", afirmou Espada em uma coletiva de imprensa.

O funcionário anunciou na quarta-feira que o governo americano enviou documentos com 90% da informação científica que será utilizada na investigação, a cargo de uma comissão especial dirigida por ele para descobrir o que ocorreu no país entre 1946 e 1948.

Os documentos estavam nos arquivos do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, com sede em Atlanta).

O vice-presidente designou o médico Jorge Solares como coordenador da comissão na Guatemala, e o médico guatemalteco radicado no Paraguai José GUillermo Monroy pra fazer a ligação entre o país e o governo dos Estados Unidos.

Espada também afirmou que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Guatemala será a entidade responsável por financiar a comissão, acrescentando que as primeiras conclusões devem ser divulgadas nos próximos seis meses.

A Guatemala ainda não definiu o orçamento e o cronograma para o funcionamento da comissão, mas devem tê-los em mãos na próxima semana, acrescentou.

Os experimentos em humanos realizados na Guatemala foram divulgados no dia 1 de outubro, após uma investigação da médica Susan Reverby, do Wellesley College, que descobriu os documentos em arquivos do médico John Cutler (falecido em 2003), responsável pelos testes.

Nesse dia, a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, pediu desculpas à Guatemala pelo ocorrido, enquanto o presidente Barack Obama chamou o presidente do país, Alvaro Colom, com o mesmo objetivo.