Porto Príncipe ; Ao menos 3 mil pessoas estão internadas em hospitais e centros de saúde do Haiti como consequência de uma epidemia de cólera, segundo números fornecidos neste sábado (23/10) por autoridades sanitárias haitianas. Mais de 200 pessoas morreram, anunciou o diretor-geral do Ministério da Saúde, Gabriel Thimoté.
"A situação está sob controle, a população não deve entrar em pânico. É necessário, pelo contrário, respeitar as medidas de higiene", recomendou o médico Jocelyne Pierre-Louis, funcionário do Ministério da Saúde.
Thimoté disse ainda que as autoridades estão adotando medidas para distribuir água potável à população.
O presidente haitiano, René Preval, acompanhado pelo ministro da Saúde, Alex Larsen, realizou neste sábado uma viagem de inspeção pelas regiões afetadas pela epidemia.
O Ministério da Saúde pediu à Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah) que distribua entre a população os medicamentos fornecidos por organismos internacionais.
[SAIBAMAIS]O governo canadense ofereceu um hospital de campanha ao Haiti, enquanto os Estados Unidos planejam entregar grandes barracas para o atendimento dos doentes.
A Cruz Vermelha norte-americana informou que hoje chegarão ao Haiti três carregamentos de remédios.
Segundo rádios de Porto Príncipe, pessoas com diarreia e vômitos foram internadas em hospitais próximos à capital, onde até o momento não há casos confirmados de cólera.
"Esses rumores nos levam a investigar se há casos nos bairros da capital, mas não há epidemia na cidade", destacou Thimoté.
A cólera é transmitida pela água, mas também pela comida que esteve em contato com água contaminada pela bactéria.
A doença causa muita diarreia e vômitos, seguidos de desidratação. Com um período de incubação pequeno, pode ser fatal se não for tratada a tempo.
O governo orientou a população a limitar seus deslocamentos e evitar as zonas afetadas pela epidemia.
O empobrecido país do Caribe tem sido atingido nos últimos dias por grandes inundações, piorando a miséria daqueles que lutam para sobreviver em barracas e acampamentos que agora permeiam o país.
Em janeiro passado, um terremoto avassalador, de 7 graus na escala Richter, matou mais de 250 mil pessoas e deixou 1,2 milhão de desabrigados em Porto Príncipe.