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Abbas adverte contra auge do extremismo em caso de fracasso da paz

Jerusalém - O presidente palestino Mahmud Abbas fez uma advertência contra o auge do extremismo, em caso de fracasso do processo de paz, em uma entrevista exclusiva exibida nesse domingo pela televisão pública israelense.

"O desespero alimentará o extremismo", advertiu o dirigente palestino ao ser questionado sobre a possibilidade de fracasso. Mas Abbas também destacou ter "esperanças nos esforços americanos" para retomar o diálogo e descartou a hipótese de uma nova Intifada.

Abbas reiterou que os palestinos não aceitam negociar sem um congelamento completo da colonização israelense e lembrou que esse é um pedido da comunidade internacional em conjunto, em particular dos Estados Unidos e da Europa, e que os palestinos não podem ficar para trás.

Abbas reafirmou que os palestinos não têm motivo para reconhecer o caráter judaico do Estado de Israel, pois já reconheceram o Estado.

Ele lembrou que a Organização de Libertação da Palestina (OLP), que ele lidera, reconheceu em 1993 "o direito à existência de Israel" ao assinar os acordos de Oslo de reconhecimento mútuo.

"É suficiente que tenhamos reconhecido Israel. Vamos, é um Estado judeu. Vocês podem fazer o Estado que quiserem, é seu direito, mas não peçam que seja reconhecido como Estado judeu", afirmou. "Vocês não pediram isto ao Egito, tampouco a Jordânia ou algum outro Estado do mundo", destacou. "Todos os dias vocês vêm com uma nova exigência. Já basta", ironizou Abbas, com um sorriso nos lábios. O presidente palestino deu a entrevista em árabe.