Haia - Os talibãs ameaçaram o novo governo holandês, que tem o apoio do partido de extrema-direita PVV, do radical Geert Wilders, com um possível ataque no caso de intensificação da política contra o islã, informa o jornal Volksrant.
"Se a Holanda intensificar sua política contra o islã, com certeza será alvo de um ataque de um grupo jihadista", declarou Zabiullah Mujahed, apresentado como porta-voz dos talibãs para o oeste e o norte do Afeganistão, em uma entrevista publicada pelo jornal holandês de esquerda Volkskrant.
O novo governo da Holanda dirigido pelo liberal Mark Rutte, que assumiu o poder na última quinta-feira, é uma coalizão minoritária de centro-direita integrada por liberais e democrata-cristãos, que se viu obrigada a fechar um acordo com o PVV (Partido Pela Liberdade).
Em troca de apoio no Parlamento, o PVV recebeu a promessa de uma legislação mais rígida contra os estrangeiros e, em particular, a proibição do véu islâmico integral (burca).
Mujadeh afirmou que se Wilders conseguir "manipular" o Parlamento holandês para a adoção de novas leis contra o islã, "não haverá nenhuma dúvida de que muçulmanos de outros países executarão ações para ajudar seus irmãos e irmãs muçulmanos".
Geert Wilders, que é processado desde 4 de outubro por estimular o ódio racial e a discriminação dos muçulmanos, deseja o fim da imigração de pessoas procedentes dos países muçulmanos.
"Somos muito prudentes em nossas relações com a Holanda", destacou, no entanto, Zabiullah Mujahed. "Foi o primeiro país que decidiu cessar a ocupação de nosso país", completou.
A questão de manter as tropas presentes no Afeganistão desde agosto 2006 além de meados do próximo ano provocou a queda do governo holandês no dia 20 de fevereiro.
Sem um acordo dentro do governo, a missão não foi renovada, ao contrário do que desejava a Otan.