O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou neste domingo que as grandes potências não têm "outra escolha" a não ser negociar com o Irã sobre a questão nuclear. Segundo ele, as discussões que não tenham como base a "justiça e o respeito mútuos" estão destinadas ao fracassso. "Dissemos desde o início que o melhor meio (de solucionar a questão nuclear iraniana) é conversar com o Irã. Vocês não têm outra escolha. Todos os outros caminhos estão bloqueados", afirmou Ahmadinejad durante discurso em Ardebil (noroeste) transmitido pela televisão.
Foi sua primeira reação pública após o anúncio de uma retomada em meados de novembro das negociations entre Teerã e os países do grupo dos 5 1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, mais a Alemanha).
Também afirmou que o Irã não "recuará sobre seus direitos internacionais, mantendo suas indagações às grandes potências: "estão prontas a respeitar as regras da Agência" Internacional de Energia Atômica, (AIEA)? "Vão procurar cooperar ou é apenas mais uma manobra?" E "o que pensam da bomba atômica do regime sionista?", repetiu o presidente iraniano.
Os 5 1 propuseram semana passada ao Irã retomar nos dias 15 a 18 de novembro as discussões interrompidas há um ano sobre a questão nuclear.
Terã reagiu positivamente na sexta-feira, sem, no entanto, aceitar o convite formalmente.
A ruptura em outubro de 2009 do diálogo entre o Irã e a comunidade internacional resultou, em junho e julho passados, num reforço das sanções internacionais contra Teerã.
Os ocidentais aprovaram severas medidas contra o sistema bancário e a indústria de petróleo e gás do Irã, na expectativa de levar a República Islâmica a responder a resoluções da ONU exigindo o não prosseguimento do enriquecimento do urânio.
O presidente iraniano, que sempre afirmou que as sanções não tinham efeito na determinação do Irã em dar continuidade a seu programa nuclear, ironizou domingo: "no Irã, até uma criança de cinco anos não teme suas ameaças, e os escolares ridicularizam o seu poder", afirmou.