PEQUIM - A atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo equivale a "estimular o crime". A afirmação é do porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores quase uma semana após o anúncio do Nobel para o dissidente que cumpre pena de 11 anos de prisão.
"Liu Xiaobo foi considerado culpado de um crime. Conceder o prêmio Nobel equivale a estimular o crime", declarou Ma Zhaoxu. "As poucas pessoas parciais do comitê norueguês não têm o direito de julgar. Não se pode violar a independência da justiça chinesa", completou.
A China tentou pressionar a Noruega contra a possível premiação de Liu, que era apontado como um dos favoritos ao à distinção. Após o anúncio, sexta-feira passada, muito países pediram a libertação do dissidente.
Liu Xiaobo, 54 anos, é o primeiro cidadão chinês premiado com o Nobel da Paz. Professor universitário e jornalista, ele foi reconhecido "por sua longa e não violenta luta pelos direitos fundamentais na China".
Liu foi detido pela primeira vez após a repressão do movimiento estudantil da Praça da Paz Celestial de Pequim em junho de 1989. Ele passou um ano e meio na prisão, sem uma condenação. Nos anos seguintes foi detido em várias ocasiões. A última delas, no fim de 2008, por ter estimulado a Carta 08, um texto que pedia reformas políticas na China.