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Bósnios foram às urnas para votar nas eleições mais importantes desde 1995

Os bósnios foram às urnas neste domingo para as eleições gerais, consideradas por alguns as mais importantes desde a guerra de 1992-1995. Os colégios eleitorais fecharam às 17h (14h de Brasília), com exceção de alguns que abriram com atraso e que receberam autorização da Comissão Eleitoral Central para permanecerem abertos alguns minutos mais. "Trata-se das eleições mais importantes desde a guerra. Estamos em uma encruzilhada, ou nos recolocamos ou declinamos", declarou Bakir Izetbegovic, filho de Alija Izetbegovic, uma figura relevante da comunidade muçulmana da Bósnia durante a guerra. Izetbegovic é um candidato muçulmano moderado à presidência colegial frente a Haris Silajdzic, com um ponto de vista mais radical em relação aos sérvios-bósnios. "Agora corresponde decidir até onde vai o país", resumiu o alto representante da comunidade internacional na Bósnia, Valentin Inzko. Em torno de 3,1 milhões de eleitores votavam para designar, entre outros, os três membros (um croata, um sérvio e um muçulmano) da presidência colegial central do país, assim como os deputados do parlamento central bósnio. Os três titulares que se retiram - Zeljko Komsic (croata), Haris Silajdzic (muçulmano) e Nebojsa Radmanovic (sérvio) - voltavam a se apresentar. A Bósnia enfrenta desde 2006 as divisões de suas distintas comunidades. Os sérvios da Bósnia querem preservar sua autonomia, a República Srpska (RS), os muçulmanos e a comunidade internacional, sobretudo os europeus, querem reforçar o Estado central bósnio para facilitar as reformas e os preparativos que um dia poderão desembocar em uma adesão à União Europeia (UE). O índice de participação era de 35,11% às 13h00 GMT (10h00 de Brasília), segundo a Comissão Eleitoral Central. Os bósnios também elegem os parlamentos das duas entidades que compõem Bósnia-Herzegovina, a República Srpska e a Federação Croato-Muçulmana. As duas entidades estão vinculadas por instituições centrais bastante frágeis.