A Coreia do Norte publicou as primeiras fotografias recentes de Kim Jong-Un, o filho mais novo e ao que tudo indica sucessor de Kim Jong-Il, no mesmo dia em que as negociações entre as duas Coreias, que não aconteciam desde 2008, terminaram sem avanços.
A agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA, publicou uma foto de um grupo de dirigentes do regime, feita em Pyongyang esta semana, ao fim da conferência extraordinária do partido comunista que aparentemente deu início ao processo de sucessão da ditadura.
Entre as personalidades de primeiro plano aparece sentado o principal dirigente do país, Kim Jong-Il.
A KCNA não menciona o nome de um jovem bochechudo que também aparece na imagem, mas analistas identificaram o homem como Kim Jong-Un, filho mais novo do dirigente norte-coreano.
Segundo os analistas, o fato de, ao fim da reunião, Kim Jong-Un ter virado membro do Comitê Central e vice-presidente da Comissão Militar Central, demonstra a aceleração do processo de sucessão. Apesar da juventude, Kim Jong-Un também foi elevado ao posto de general de quatro estrelas.
Pyongyang estaria tentando reduzir as tensões internacionais com a perspectiva de uma transferência de poder entre o pai, de 68 anos e com saúde frágil, e o filho mais novo.
Neste contexto, as primeiras negociações militares entre as duas Coreias desde 2008 duraram apenas duas horas no vilarejo de fronteira de Panmunjom e terminaram sem acordo a respeito do naufrágio de um navio sul-coreano atribuído a um ataque norte-coreano.
A Coreia do Sul exigiu que a Coreia do Norte reconheça a culpa, peça desculpas e puna os responsáveis pelo ataque contra a corveta Cheonan, que matou 46 marinheiros, informou o ministério sul-coreano da Defesa em um comunicado.
Seul também pediu o fim imediato das ameaças militares e do comportamento agressivo de Pyongyang na fronteira marítima.
A Coreia do Norte, que teve a responsabilidade no ataque comprovada por uma comissão de investigação internacional, nega ter torpedeado o navio de guerra sul-coreano.
Os negociadores não conseguiram chegar a um acordo sobre uma data para uma nova reunião, segundo a agência Yonhap.
Durante as negociações militares, a Coreia do Norte queria abordar as questões da delimitação da fronteira no Mar Amarelo e o envio de panfletos de propaganda a seu território por militantes sul-coreanos.