Brasília - O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reclamou nesta quarta-feira (29/9) do suposto desinteresse do grupo de países que integram o P5 1 (Estados Unidos, França, China, Rússia e Alemanha) em retomar as negociações para encerrar o impasse sobre o programa nuclear iraniano. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou que os iranianos foram ;ignorados; por esses países.
Mottaki retornou nesta terça-feira (28/9) de Nova York onde participou da 65; Assembleia Nacional da Organização das Nações Unidas. ;O P5 1 precisa ter mais vontade política;, queixou-se o ministro. As informações são da agência oficial de notícias do Irã, a Irna, e da rede estatal de televisão, PressTV.
Segundo Mottaki, o chanceler chinês, Yang Jiechi, em Nova York, demonstrou interesse em negociar o Grupo de Viena (Estados Unidos, França, Rússia e Agência Internacional de Energia Atômica) e também com os integrantes do P5 1 em busca de uma solução para o Irã.
O ministro iraniano ressaltou que, para retomar as negociações, a base das conversas deve ser o acordo, negociado pelo Brasil e pela Turquia em maio. Pelo documento, o Irã se compromete a enviar urânio levemente enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, no prazo de um ano, a Turquia enviará urânio enriquecido a 20% ao Irã.
Com isso, a expectativa do Brasil e da Turquia é que a comunidade internacional diminua as desconfianças em torno do programa nuclear iraniano. Para os Estados Unidos e vários países, o programa esconde a produção de armas atômicas. As autoridades do Irã negam as suspeitas.
O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (Oeadi), Ali-Akbar Salehi, acusou hoje a existência de um complô para propagar um vírus na rede de computadores do sistema nuclear iraniano. Mas, segundo Salehi, a iniciativa não surtiu efeitos. De acordo com ele, o vírus atingiu o sistema central da rede, mas não contaminou o restante.
Salehi confirmou ainda que na próxima semana ocorrerá na Usina de Bushehr, no Sul do Irã, o início das suas atividades. Segundo ele, a expectativa é que em setembro de 2011, o reator da usina funcione plenamente.