Familiares de três manifestantes contrários ao governo mortos em uma prisão iraniana manifestaram o desejo de que os dois vigilantes condenados a morte pelos crimes sejam perdoados, mas exigiram julgamentos de autoridades, informa a agência Mehr.
Mohammad Kamrani, Amir Javadifar e Mohsen Ruholamini morreram na penitenciária de Kahrizak (sul de Teerã) depois que foram detidos durante as manifestações contra a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad em junho de 2009.
Em uma carta publicada pela agência Mehr, os parentes dos três jovens afirmam que perdoam os dois homens condenados a morte pelos assassinatos.
"Nós, familiares dos mártires de Kahrizak, anunciamos nosso perdão aos dois executores condenados a morte por estes crimes", afirmam no texto.
Segundo a lei iraniana, a vida de um acusado pode ser salva se a família da vítima anunciar o perdão.
Em junho, dois homens foram condenados à pena capital pelo tribunal militar de Teerã por envolvimento nas mortes dos três manifestantes.
Três altos funcionários judiciais envolvidos no caso foram suspensos.
Uma investigação parlamentar considerou que o ex-procurador de Teerã Said Mortazavi foi o responsável pelo envio dos manifestantes a Kahrizak.
As famílias exigem agora que as pessoas que ordenaram as mortes sejam punidas.
"Queremos seriamente que o regime processe e puna as autoridades legais, políticas e militares e os serviços de segurança que ordenaram os crimes", afirmam na carta.
A penitenciária de Kahrizak foi fechada no fim de julho de 2009 por ordem do guia supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, depois das denúncias de torturas executadas na prisão.